O Porco de Leiner



Um porco empalhado com um presunto acorrentado ao pescoço e preso em um engradado de madeira, foi com essa obra que o artista Nelson Leiner se inscreveu no o 4º Salão de Artes de Brasília, em 1967, e entrou para história da arte contemporânea brasileira.


Sempre com um humor sarcástico e crítico, Leiner usou a imagem do porco empalhado e preso no engradado para fazer referência à ditadura militar e, ao mesmo tempo, para cutucar todo o sistema de arte. Ele publicamente questionou o juri e a imprensa sobre os critérios adotados para a considerar o objeto como arte, exigindo uma explicação.


A obra, que hoje faz parte do acervo da Pinacote do Estado de São Paulo, e é um dos destaques da exposição "Vanguarda Brasileira dos Anos 1960 – Coleção Roger Wright", ainda provoca as mesmas reações que em 1967. Muitos a olham e perguntam se "aquilo" é arte.
Além do porco enjaulado de Leiner, integram a exposição obras de Hélio Oiticica, Lygia Clark, Wesley Duke Lee, Claudio Tozzi, Rubens Gerchman e Antonio Henrique Amaral, entre outros. O conjunto nos deixa uma triste sensação de que a arte brasileira pouco se desenvolveu depois dos anos 60.
E a reação de parte do público diante do "Porco Empalhado Com Presunto Pendurado No Pescoço" nos dá a certeza a cultura do brasileiro, sobretudo em relação às artes, não evoluiu nada em 50 anos.



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